Difícil é curar a saudade. O tempo passa e a dor da tua perda persiste dia após dia. Tentei entrar em estado de amnésia durante uns meses, mas a saudade mata-me por dentro.
As lembranças que carrego sobre os ombros de ti, pai, são imensas e cheias de lágrimas que todos os dias enchem-me a alma de angústia.
Passei noites tentando recordar momentos passados contigo. São imensos os momentos felizes que passei a teu lado.
Recordo-me de quando me carregavas sobre os teus ombros e vestias-me com o teu equipamento preferido de basebol. De taco em punho ensinava-me as melhores perspectivas de bater a bola. Já a sentia a bater no taco e a correr para um Home Run. Sentia os pés a dobrarem habilmente a primeira curva da terceira base enquanto o meu adversário vasculhava nos arbustos a bola. O meu pai sentava-se na primeira fila da bancada para ver-me jogar. Batia palmas enquanto corria e o seu sorriso alargava-se pelo rosto.
Sentia que o mundo se descompunha assim que o presente invadiu-me pela recordação do último aperto de mão que te dei. O coração contraiu-se. Era como se me falta-se o chão.
Dilacerava-me quando recordava a tua partida. Era injusto partir tão cedo. Antes das rugas de encherem as faces e os olhos.
Era injusto que as chamas comessem a tua carne e as cinzas levassem-te com o vento para longe de mim. Recordarei para sempre as palavras que me proferias em silêncio para que a mãe não as ouvisse. “Te amarei meu filho, e, nem a ausência que é a mais certa e intensa deixará-me tão longe do teu coração para que te aconchegue nos meus braços.”
Assim aconcheguei-te eu no teu último suspiro até que o teu corpo se despediu do meu.
Cláudia Lopes
Imagem retirada da Internet:
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