Não sei como vim aqui parar. Sinto a cabeça a andar à roda e com uma vontade imensa de vomitar. Tento levantar-me, mas acabo por tropeçar em algo duro a escuridão não ajuda muito e ao fundo só se vê uma nesga de luz que entra por umas tábuas mal posicionadas na parede. Deambulo até ao ponto luminoso — espreito. Lá fora uma praia estende-se diante dos meus olhos e absorvo ao máximo tudo o que vejo. Um frio arrepia-me a espinha. Tenho medo de ser apanhada mais uma vez.
Deixo escorregar-me pela parede até ao soalho. Nunca irei conseguir fugir — penso. A cabeça latejava. As mãos estão cobertas de sangue e todo o corpo protesta. Não sei como vou sair — desespero.
A adrenalina invade todas as partículas arrepiando-me a pele — se gritar sou descoberta — Não posso! Talvez a melhor opção é esperar que ele volte a entrar por aquela porta, surpreende-lo, bater-lhe com algo na cabeça e fugir. Seria a melhor opção, uma vez inconsciente não me perseguirá.
— É isso! — digo de mim para mim — Vou esperar! Lembro-me de ver uma garrafa de vidro debaixo daquela mesa na qual ele se sentava e via-me depois de consumar o ato — excitava-o.
Pensar naquilo dava-me náuseas e o vómito subia-me até à boca.
Ao fim de uma hora lá estava ele de novo com um ar perverso estampado no rosto. Escondi-me no escuro e quando tudo estava a correr bem, ele apanhou-me. Mais uma vez violou-me.
— Pensavas que irias escapar! — esboçou um sorriso desdentado.
Agora sabia que nunca iria sair daquele lugar, pelo menos por agora.
Fixou-me o seu olhar perverso por última vez.
Tarde de mais — pensei
— Largue-me! — atou-me as mãos — Não me faça isso! Não! — deslizou uma última vez a sua pele nua contra a minha, fechei os olhos e pedi suplicante-mente que ele me matasse de uma vez.
Cláudia Lopes
Imagem retirada da Internet:
http://koorla.com/imgeditor.html
Imagem retirada da Internet:
http://koorla.com/imgeditor.html
Sem comentários:
Enviar um comentário